Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), prevê que, até 2014, mais 13 milhões de brasileiros vão ascender à classe C, a popularmente conhecida “classe média”. Hoje, no Brasil, segundo o levantamento, a classe C agrega 105,5 milhões de pessoas. Com esse crescimento, deverá chegar a pouco mais de 118 milhões de brasileiros em 2014: um aumento de 11,9%.
De acordo com o estudo, de 2003 a 2011, cerca de 40 milhões de pessoas entraram para a classe média, no país, que subiu de 65,9 milhões para 105,5 milhões de brasileiros, um crescimento de praticamente 60%.Marcelo Neri explica que se a classe C representava metade da população em 2009 (50,4%), em 2011 subiu para 55,5% e em 2014 vai abranger 60% do povo brasileiro.
“Os nordestinos foram o que tiveram o maior crescimento de renda, de 2001 a 2009”, ressaltou o economista Marcelo Neri, coordenador do Centro de Pesquisas Sociais da fundação (CPS/FGV). “No Nordeste, tem uma população gigantesca estacionada na classe D, pronta pra entrar na classe C”, complementou.
Classe AB vai crescer mais que a C
Marcelo Neri ressalta que, entretanto, em breve a classe AB vai registrar a maior taxa de crescimento. “A classe AB vai crescer muito mais rapidamente do que a classe C: 29,3% de 2011 a 2014. Enquanto que a classe C vai aumentar 11,9%”, afirma o economista.
“Vamos falar, no futuro, de nova classe A, da mesma forma que hoje falamos de classe C”, complementa ele. Por outro lado, segundo Neri, hoje, a classe C tem mais poder de compra do que a classe AB.
Pobreza no Brasil caiu 7,9% em 12 meses
Ainda de acordo com a FGV, nos 12 meses até janeiro de 2012, o índice de Gini – que mede a desigualdade no país e varia de 0 a 1, sendo o menos desigual mais próximo de zero –, caiu 2,1%, chegando a 0,519. Em 2001, o indicador estava em 0,596. Também nos 12 meses até janeiro, a pobreza no país caiu 7,9%.
Pesquisador da FGV ressalta educação e políticas sociais
Para o economista, os principais fatores que levaram ao crescimento da classe média no país são a educação, o trabalho, as políticas econômicas e as políticas sociais. “As pessoas pobres passaram a colocar os filhos na escola, na década de 90. Na década seguinte, esses filhos chegaram à carteira de trabalho. As políticas econômicas responsáveis e bem administradas, além do boom do mundo até 2008, também ajudaram a ampliar a renda dos mais pobres”, afirmou Neri.
“O Bolsa-Escola, o Bolsa-Família, e agora, estamos falando no Brasil sem Miséria, são sucessivas gerações de políticas sociais apontando na mesma direção, e isso produz sucessivos e cumulativos ganhos na renda e no bem-estar da população”, ressaltou o economista.
Fonte - blogdoAlderi
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